sexta-feira, 22 de abril de 2016

Acessibilidade e mobilidade urbana

Não é de hoje que venho, comentando sobre o problema da Acessibilidade e da Mobilidade Urbana em nossa cidade. É inadmissível, que uma administração pública desconheça qual sua função em decorrência principalmente na questão da acessibilidade.

O que vemos, são tantos estudos sobre a melhora no trânsito, mas que não saem do papel. Porém, na questão da acessibilidade, nada é falado ou realizado.

Foram abertas algumas rampas, mas para acessibilidade de cadeirantes, elas são inócuas (que não produz o efeito pretendido).


O que se observa que não há conhecimento por parte do setor responsável, visto os vários obstáculos encontrados nas calçadas, são vasos ocupando toda a calçada, suportes de lixeira, fixados no meio do passeio, gôndolas e até telhas deixadas nas calçadas.

Em alguns lugares, vemos rampas de acessibilidade junto à faixa de pedestres, mas no lado oposto, esqueceu-se de colocar outra rampa. Vale lembrar que a calçada é por obrigação do proprietário do imóvel, fazer e mantê-la com manutenção, mas é dever do poder público, neste caso, administração pública, através de seu departamento responsável, realizar, implantar e manter a rampa em bom estado. Ao proprietário, de um estabelecimento, cabe a ele implantar a rampa em seu estabelecimento e não na calçada, como temos vários casos em Laranjal Paulista, alguns com duas rampas quase juntas (Tubarão e Cacau Show), estão errados. Temos rampas em outra praça, que infelizmente estão lá há anos, mas que nunca foram utilizadas, pelo motivo de estarem posicionadas em lugar inadequado.

Como também vários prédios públicos, não respeitam as normas de acessibilidade e não possuem rampas, em outros, elas estão totalmente fora do padrão. Melhor pecar pelo excesso do que pela omissão, ou seria falta de conhecimento?
Na verdade a Acessibilidade e a Mobilidade Urbana significa a grosso modo permitir que pessoas com deficiência tenham direito de ir e vir.

Para quem trabalha com o assunto, é preciso completar a definição com a necessidade que nossa sociedade seja conscientizada para mudar atitudes.

Não só as pessoas com deficiência, mas também aqueles com mobilidade reduzida.

Garantir o acesso é um dever de todos, mas principalmente do governo, pois é através dele que são inseridos meios e regras, para garantir a acessibilidade de forma isonômica em todo o país.


Depois de pesquisar, encontrei este texto de Carlos Alberto, físico e engenheiro civil.

No ano 2000 foram criadas duas importantes leis para quem necessita de acessibilidade, a Lei nº 10.048 que dá prioridade de atendimento as pessoas que a lei especifica e a Lei nº 10.098 que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade. Foi um enorme avanço estas leis porque criou no Brasil uma regra universal e uniforme que deve ser adotada por todos os municípios sem exceção. 

Em 2004 foi criado um programa do governo federal chamado “Brasil Acessível” que procura estimular governos municipais e estaduais a desenvolver medidas que garantam a acessibilidade para pessoas com algum tipo de restrição de mobilidade e deficiência nos sistemas de transporte, equipamentos urbanos e locomoção pública.

Entretanto algumas cidades e instituições privadas têm tratado com certa leniência o cumprimento destas leis e deixando de lado os 14,5% dos brasileiros com algum tipo de deficiência (Censo de 2000), por exemplo, hoje nós temos um grande descaso com as calçadas de nossas cidades os investimentos são irrisórios e quando muito há um investimento privado na adequação de edifícios, o setor de transportes e o planejamento urbano também merecem readequações que facilitem a locomoção dos portadores de deficiências. Um dos motivos de resistência alegados pelo setor privado em adequar as obras é o custo, mas estudos comprovam, que se o projeto for feito adequadamente na questão da acessibilidade, o acréscimo na obra não passa de 0,01%, porque os custos se distribuem ao longo da obra, e isso vai se diferenciar de acordo com o porte da obra.


Tenho uma visão otimista sobre o futuro da acessibilidade no Brasil, pois cada vez mais e o governo e a sociedade estão atentos a esse direito, e fiquei feliz ao ver recentemente na Folha de S. Paulo a iniciativa do governo federal em fazer investimentos de 10 bilhões até 2014 em melhorias para os deficientes, o que inclui a acessibilidade.

Estamos em 2016.



Texto: Luiz Antonio Campos, Sargento da Policia Militar, Coordenador do Proedutran, Palestrante e Educador de Trânsito
Imagens: Google

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